Minhas impressões sobre o Oscar 2020 *** alerta de spoiler ***

Os filmes que eu vi:
Coringa, Harriet, Parasita, O Irlandês, Rocketman, 1917, Era uma vez.. em Hollywood, Entre facas e segredos, Dor e glória, Dois papas, Indústria americana, Malévola - dona do mal.
Ainda não vi: O escândalo, Democracia em vertigem.
Coringa: o filme teve onze indicações, mas levou apenas duas estatuetas: melhor ator (Joaquim Phoenix) e melhor trilha sonora original. O filme narra a história de um dos principais vilões da saga do Batman. Uma película densa, que parece fazer pingar sangue da tela, traz uma Gotham decadente, com altos índices de desemprego e de violência, o que provoca uma grande luta de classes. Vale destacar que Joaquim ganhou outros prêmios pela interpretação do famoso vilão, entre eles: Globo de Ouro, Prêmio do Sindicato dos Atores, BAFTA e Critic's Choice Award. Para quem ainda não viu, eu super indico. Esta seria a minha aposta para melhor filme, mas, como a Academia é super conservadora, sinceramente acho que não foi surpresa alguma o fato de levar apenas em duas categorias, pois eles não iriam premiar um filme que traz uma densa luta de classes, na qual um dos mortos é um politico eminente (pai do Batman/Bruce Wayne).
Harriet: esta película narra a vida de Harriet Tubman, uma verdadeira heroína na história da abolição da escravatura nos Estados Unidos. Nascida escrava, Harriet fugiu de onde vivia e foi para a Pensilvânia, e depois retornou várias vezes para resgatar outros 70 escravos, incluindo familiares e amigos, utilizando uma rede de ativistas abolicionistas. Ainda ajudou a resgatar mais de 750 escravos durante a Guerra Civil dos Estados Unidos. Depois da abolição da escravatura, nos últimos anos de sua vida, ainda foi uma ativista pelo sufrágio feminino. Um filme muito bom. Foi indicado em duas categorias: Melhor Atriz para Cynthia Erivo, que interpreta Harriet, e Melhor Canção Original (Stand Up). Não ganhou nenhuma das duas.
Parasita: um filme sul-coreano original e surpreendente. Foi indicado em 6 categorias, e levou a estatueta em 4: melhor filme internacional, melhor roteiro original, melhor direção e (pasmem!) melhor filme. Ele narra a história de duas famílias, uma pobre e uma rica, e o seu encontro. O filho mais velho da família pobre consegue, através de um amigo, uma vaga para dar aulas particulares para a filha mais velha da família rica. Assim, aos poucos, a família toda se infiltra na vida da família rica. Acontecem várias coisas às duas famílias, e suas reações inesperadas a esses acontecimentos ditam o ritmo dessa trama peculiar. Honestamente, o filme é muito bom, divertido, sangrento, mas não sei se merecia o título de melhor filme de 2020.
O Irlandês: essa produção da Netflix narra 50 anos da história da máfia estadunidense, sem se esquecer de mencionar seu envolvimento com a política. Com um elenco estelar, incluindo Joe Pesci (que saiu da aposentadoria para fazer o filme), Al Pacino e Robert De Niro, além da direção do queridinho da academia Martin Scorcese. O filme foi indicado em dez categorias (incluindo melhor direção e melhor filme) mas não levou nenhuma estatueta. Confesso que isso me deixou surpresa. Outro detalhe interessante é que ele recebeu dupla indicação para melhor ator coadjuvante: uma para Al Pacino e outra para Joe Pesci.
Rocketman: narra a vida do cantor britânico Elton John, desde a sua infância até sua internação voluntária para se tratar de dependência química no final dos anos 1980. Para quem curte filmes biográficos, eu super indico. Recebeu uma única indicação: melhor canção original, por (I'm gonna) love me again, e ganhou.
1917: é um filme, do diretor Sam Mendes, se passa na 1ª Guerra Mundial, onde dois soldados recebem a missão de levar uma mensagem até o comandante de outro fronte, que está a vários quilômetros de distância, a fim de evitar um massacre. O filme foi indicado em nove categorias e levou 3: melhor fotografia, melhor mixagem de som e melhores efeitos visuais. O filme histórico é baseado em fatos históricos e em relatos de Alfred H. Mendes, avô do diretor. A trama é marcada por cenas longas (de 10 minutos ou mais), e é bastante envolvente.
Era uma vez... em Hollywood: o filme conta com um elenco estelar: Leonardo DiCaprio, Brad Pitt, Margot Robbie. Leonardo interpreta um ator de filmes de caubói em fim de carreira tentando fazer uma nova carreira em Hollywood em 1969. A película tem a direção de Quentin Tarantino. Confesso que achei a narrativa um tanto sem nexo, fiquei um bom tempo tentando entender onde a Margot se encaixava nessa história toda. Já vi filmes melhores. Foi indicado em dez categorias e venceu em duas: melhor ator coadjuvante (Brad Pitt) e melhor direção de arte.
Entre facas e segredos: o filme foi indicado em apenas uma categoria, melhor roteiro original, e perdeu para o sul-coreano Parasita. Com uma narrativa interessante e cheia de reviravoltas, o filme narra a morte de um escritor famoso, considerada um suicídio pela polícia. Um renomado detetive particular (interpretado por Carl Urban) é misteriosamente contratado para auxiliar na investigação do caso. Confesso que até a certa altura do filme, eu estava achando a história meio chata, parecia não se desenvolver. O elenco não é tão famoso. Quanto às atuações, achei que alguns deixaram a desejar.
Dor e glória: do diretor espanhol Pedro Almodovar, o filme conta a história de um escritor e diretor no fim da vida, que é interpretado por Antonio Banderas. A história do filme é interessante, a atuação do Banderas não deixa a desejar mas, para ser sincera, eu já vi filmes melhores do diretor. O filme teve duas indicações: melhor ator e melhor filme internacional, e não levou nenhuma.
Dois papas: traz um encontro real entre o papa Francisco (na época cardeal) e seu antecessor, Bento XVI. Com atuações primorosas de Jonathan Pryce (papa Francisco) e Anthony Hopkins (Bento XVI), o filme foi indicado em três categorias: melhor roteiro adaptado, melhor ator e melhor ator coadjuvante, mas não levou nenhuma estatueta. Outra produção da Netflix.
Indústria americana: este documentário produzido pela Netflix acompanha uma fábrica de peças automotivas que foi comprada por uma empresa chinesa e seu estabelecimento no estado de Ohio. Mostra, principalmente, o contraste entre a cultura organizacional chinesa e a estadunidense. Foi indicado (e premiado) como melhor documentário, ganhando do brasileiro (outra produção da Netflix) Democracia em Vertigem, da diretora Petra Costa.
Malévola - dona do mal: traz o final da saga de Malévola, interpretada pela maravilhosa Angelina Jolie. Quando a princesa Aurora aceita o pedido de casamento do príncipe, ela e Malévola começam a questionar sua relação. Enquanto isso, surgem aliados e inimigos (ambos inesperados), gerando mais uma batalha épica. Foi indicado para melhor maquiagem e penteado, perdendo para O escândalo. Sou suspeita para falar desse filme, pois amo Angelina Jolie e adoro fantasia, e gostei bastante.
Também houveram protestos por não ter nenhuma mulher indicada para melhor direção, nem para melhor filme.

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