A Intuicionista - Colson Whitehead

A Intuicionista é o romance de estreia de Colson Whitehead, vencedor do Pulitzer (em 2017, por The Underground Railroad - Os Caminhos Para A Liberdade).
Neste livro, Colson nos apresenta uma sociedade segregacionista, onde há bairros e comércios separados para brancos e negros. Os negros também só podem ter determinados empregos, como serviços gerais, limpeza ou zeladoria.
Dentro desse universo segregacionista, a personagem principal é Lisa Mae Watson, uma jovem que é a primeira  inspetora de elevadores negra na cidade, um cargo público de certa importância, quase no mesmo nível que um policial, por exemplo. E ela tem um único colega negro no Departamento, o primeiro inspetor de elevadores negro do país.
A construção do novo prédio da prefeitura terminou recentemente e será inaugurado em breve, às vésperas da eleição para presidente da Associação dos Inspetores de Elevadores. O novo edifício conta com quarenta andares e quatorze elevadores!!! Na cerimônia de inauguração do prédio, o prefeito chama um dos elevadores (o Número Onze) para fazer seu passeio inaugural, e o mesmo entra em queda livre. Como a responsabilidade pelos elevadores do prédio havia sido delegada a Lila Mae, ela vê uma tempestade recair sobre si. 
Numa tentativa de limpar seu nome, ela se vê no meio de uma guerra velada que existe entre os inspetores empiristas e os intuicionistas. Os inspetores empiristas utilizam as regras e evidências para definir se os elevadores estão funcionando dentro dos níveis aceitáveis ou não. Os intuicionistas, como Lila Mae, utilizam a própria intuição para fazer essa análise.
Alguns detalhes interessantes sobre a narrativa de Colson: O autor usa algumas palavras que provocam um certo desconforto. Um exemplo disso é que sempre se refere aos negros como "pessoas de cor".
Ele deixa apenas pistas de onde ou quando a trama ocorre. Uma referência sutil a Martin Luther King sugere que se passa nos Estados Unidos, e uma menção a Times Square dá a entender que a cidade seja Nova Iorque. Quanto ao tempo, a referência na verdade é a ausência das tecnologias que hoje usamos rotineiramente, como computadores, internet ou celulares. Porém, os prédios são altos e imponentes, contando com trinta, quarenta andares e elevadores de alta tecnologia, como os que vemos atualmente.

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